Sobre deixar ir...
- Mia
- 6 de jun. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de fev. de 2021

Às vezes vivemos presos sem saber que temos a chave. Às vezes sabemos que não dá mais, porém tapamos os olhos e nos recusamos a acreditar, a enxergar. Às vezes temos medo do que está por vir. É como dizem: "Pássaros presos em gaiolas acreditam que voar é uma doença". Temos medo da solidão, da reação das pessoas, de sermos precipitados e principalmente do arrependimento. Desse jeito vamos levando, aguentando, suportando, empurrando com a barriga, quando poderíamos simplesmente nos libertar.
Chega uma hora que as coisas param de fazer sentido. Ou você para de ver sentido nelas. Nos vemos completamente cansados e cheios de tudo, não sabemos mais o que fazer, nos sentimos perdidos. Chega uma hora que a gente quer desistir de tudo simplesmente porque não podemos tirar umas férias e mesmo que pudéssemos, nunca seria o suficiente. A vida não espera ninguém arrumar suas bagunças, ela só vai bagunçando mais e mais e se você permanecer parado, calado, tudo vai virando uma bola de neve que te afunda. E aí... é muito mais difícil voltar a superfície.
Chega uma hora que não dá mais. Chega uma hora que as cordas, tão desgastadas por aguentar por tanto tempo aquilo que já não fazia mais sentido, arrebentam-se. Uma hora é preciso pôr um fim naquilo que já deveria ter acabado faz tempo. Uma hora é preciso dizer adeus. O tempo passa, as coisas mudam e junto com elas, as pessoas. Aquilo que era doce se torna amargo, e não há mais açúcar que possa adoçar outra vez. Uma hora a gente cansa de lutar por algo que é notório que não vale mais nenhum esforço nosso.
É nessa hora que devemos pôr o “CHEGA” em ação. Libertar-se daquilo que nos prende. Libertar-se daquilo que não nos deixa mostrar nosso verdadeiro eu. Daquilo que não nos deixa falar com nossos amigos. Daquilo que não nos deixa fazer o que queremos. Daquilo que não nos deixa sair sem dar uma satisfação. Daquilo que gosta de mandar nas nossas roupas. Daquilo que não nos deixa escolher. Libertar-se daquilo que não nos faz mais feliz. Daquilo que não nos trata bem. Daquilo que só nos traz dor de cabeça e nos deixa estressada. Libertar-se daquilo. Libertar-se daquele. Libertar-se dele. Libertar-se do que não nos faz bem. Dói, machuca, não só a nós, mas à todos ao nosso redor, mas é passageiro. No final entendemos que tudo acontece como deveria acontecer e aquilo que pensamos ser o fim pode ser apenas um novo começo.
Comments